Dezembro de 2021. Acabávamos de mudar de casa, de cidade e estávamos longe de qualquer rede de apoio. Caixas de mudança ainda tomavam a sala do nosso novo apartamento em São Paulo, e a ansiedade era a trilha sonora dos nossos dias. Em meio ao caos eu buscava formas de trazer um pouco de segurança para o mundo da nossa criança.
 
De repente, ouço um chamado com um tom de urgência que toda mãe reconhece:

- "Mamaaaaae!".
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Corri, esperando encontrar um machucado, um inseto peçonhento. Chego à porta do quarto e a encontro no chão, sentada com as pernas cruzadas, um livro aberto nas mãos e os olhinhos brilhando. Com uma voz sussurrante de quem revela um segredo, ela disse:
 
- "Eu acho que eu sou mágica."
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Respirei fundo, senti um alívio imediato seguido por uma curiosidade imensa. L. teve uma educação baseada em experiências sensoriais e concretas, mas eu sabia que a sua mente estava em transição para uma fase onde há uma explosão de imaginação e a fantasia ganha espaço. Sorri e me agachei para conversar com ela:
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- "É mesmo, filha? E por que você acha isso?"
- "Porque eu consigo ler as palavras dos livros e eu não sei como eu faço isso. Eu acho que eu sou mágica, mamãe."
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Ainda hoje, meu corpo inteiro responde a essa memória. A pele arrepia, os olhos marejam. Para ela, a leitura não foi um processo penoso, foi uma "mágica" que floresceu de dentro. L. havia alcançado um marco importante em sua trajetória rumo à independência: ela podia ler sozinha. 

 

Ela não precisava saber, mas aquela "mágica" não veio do nada. Foi construída, dia após dia, no aconchego do nosso lar.

 

 

A VERDADE POR TRÁS DA "MÁGICA"

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Voltando um pouco no tempo, no início da pandemia, optamos por tirar nossa filha da escola. Fiz um curso intensivo de alfabetização Montessori, construí estantes, confeccionei materiais, preparei um ambiente rico em estímulos. Sem ser pedagoga, nunca havia alfabetizado uma criança, e não tinha a pretensão de fazê-lo. O meu intuito era satisfazer as necessidades de desenvolvimento que pulsavam tão fortemente dentro dela. Mas, ela estava pronta, tínhamos as ferramentas certas e a alfabetização aconteceu naturalmente.

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Mas essa "mágica", não começou com a alfabetização. Não fosse o cenário pandêmico, eu confiaria essa tarefa à escola.

 

A verdade, é que desde o início da vida, nossa casa sempre foi enriquecida com ingredientes simples, acessíveis e poderosos: os livros.

​Nossos momentos de leitura eram sagrados. Eram momentos de aconchego, vínculo, conexão, descobertas e diversão. Meu coração intuía que aquele hábito era o maior legado que eu poderia deixar, algo que eu mesma não tive na infância.
 
Hoje, a neurociência explica o que o meu coração já dizia: nutrir o hábito da leitura desde o ventre materno constrói as bases para uma vida inteira.
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CADA LIVRO É UMA SEMENTE PARA...

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...palavras que constroem universos: A leitura não só aumenta o vocabulário, ela dá à criança o poder de nomear seus sentimentos, expressar suas ideias e se sentir confiante em sua própria voz.
...ideias que iluminam a mente: Cada nova palavra é um novo conceito. Cada página de um livro é uma nova forma de entender a si mesmo e o mundo.
...uma curiosidade que nunca acaba: Os livros alimentam a chama dos "porquês", transformando a criança em uma eterna aprendiz, com olhos que brilham a cada página virada.
...um foco gentil e poderoso: No ritmo de uma narrativa, a criança treina a concentração de forma natural e prazerosa — uma habilidade essencial para a escola e para a vida, em um mundo que grita por nossa atenção.
...um coração que sabe acolher: As narrativas são um mapa para as emoções. A criança aprende sobre empatia, resiliência e coragem na presença de quem ela mais ama.
...memórias que duram para sempre: Os momentos de leitura compartilhada se tornam parte de quem somos. São as memórias afetivas que aquecem o coração dela (e o seu) para sempre.
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O MELHOR ATALHO PARA CONSTRUIR UM LEGADO

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Estamos em 2025. Aquela menina que sempre acreditou na "magia" da leitura, hoje tem 9 anos e é uma leitora voraz. A magia evoluiu e agora ela está embarcando em uma nova aventura: escrever as suas próprias narrativas, com direito a ilustrações cada vez mais ricas.

Por vivenciar tudo isso, eu acredito no poder dos livros, das conexões e no potencial de cada criança. Sei que o universo dos livros infantis parece infinito e encontrar obras que realmente nutrem a mente e cativam o coração das crianças pode ser um trabalho exaustivo.
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Pensando nisso, eu te convido a conhecer a seleção de livros do Caminhar Montessori. São obras que respeitam a inteligência da criança, emocionam, constroem pontes e são verdadeiros chamados à descoberta. 

 

As idades são indicativas. Mas, eu sugiro que você observe a sua criança, siga seus interesses, necessidades e curiosidades, sempre respeitando seu ritmo e nível de compreensão.

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Prontos para semear esse legado de amor e conhecimento?